Cheia de esperança para com a caminhada da Igreja, Irmã
Maria Mendes, religiosa natural do Estado de Rondônia, representa a CRB
nacional no 10º Encontro dos Bispos da Amazônia, em Santarém/PA. Para ela,
celebrar 40 anos do Documento de Santarém é atualizá-lo frente aos desafios que
a região e o mundo enfrentam no contexto atual.
Irmã Maria Mendes entende que a presença da CRB no
Encontro é importante porque, há mais de 100 anos, religiosos e religiosas de
diferentes congregações marcam presença na história da Igreja na Amazônia. Em
Santarém, a mais antiga prelazia do Brasil que foi fundada, enquanto vila, com
a presença dos jesuítas, e depois assumida por missionários franciscanos alemães
e depois norte-americanos, destaca-se dentre tantos, Dom Tiago Ryan, anfitrião
do IV Encontro dos Bispos da Amazônia em 1972 que originou o Documento de
Santarém. Em novembro de 2012 ele completaria 100 anos de presença entre o
povo.
Por outro lado, Irmã Maria destaca a presença da vida
religiosa feminina entre os amazônidas.
Elas estão presentes em muitos lugares de difícil acesso onde ninguém
quer assumir enquanto terra de missão. Elas dão a vida entre indígenas e
quilombolas empobrecidos e vítimas da exclusão social por décadas na região
amazônica.
A religiosa ressalta que a CRB sempre tem caminhado em
sintonia e parceria com a CNBB, ouvindo
o que os bispos tem a dizer sob o impulso do Espírito de Cristo para assumir os
desafios desta imensa região cheia de desafios a serem superados com fé,
esperança e caridade.
De 1972 a 2012 muitas coisas mudaram e a degradação da
Amazônia aumentou. A Igreja também mudou, mas precisa manter firme a intuição
dos bispos que escreveram o histórico Documento de Santarém. A irmã acredita
que “em seu projeto intercongregacional, a CRB se faz presente aqui para ouvir,
para escutar, quais são os desafios e as esperanças do povo, para que juntos
aos pastores do povo de Deus se possa fazer e trilhar o caminho eclesial”, um
caminho que mantenha clara a evangélica opção preferencial pelo empobrecidos e
marginalizados, assumindo as diferentes expressões de Igreja para formar a
comunhão, mas partindo sempre das pequenas comunidades comprometidas com o
modelo bíblico dos Atos dos Apóstolos, modelo este expressado de maneira
especial pelas Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs, protagonistas da
evangelização na Amazônia permanentes terra de missão, quando todos e todas
assumem o compromisso de Jesus: a construção do Reino de Deus entre nós.
Everaldo Cordeiro e Ercio Santos
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